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quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Abandonados - Cemitério dos Prazeres

Os anos passam... e corroem as pedras, o ferro, as flores, os símbolos, o sentimento...

Os anos passam e fazem esquecer a dor...

O esquecimento surge na forma de abandono...
Porque a Morte já tomou todas as vidas e só resistem as pedras e o ferro como lembrança...

Estas fotos-exemplo são alguns dos "abandonados" no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa (da mesma forma que poderiam estar num outro cemitério qualquer).













A vida no cemitério

Apresento-vos alguns dos residentes do Cemitério dos Prazeres, em Lisboa...

Porque há outra vida no Cemitério, para além da Morte presente...










sábado, 2 de agosto de 2014

A triste despedida

A dor da triste e magoada despedida, em formato de poema... no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa...


Uma esposa destroçada...



Homenagem de Branca Gonta Colaço, escritora (1880-1945) a Gustavo Nogueira

(Não encontrei informação referente  a Gustavo Nogueira.)





Cemitério da Ajuda (Lisboa)

O Cemitério da Ajuda, construído entre 1766 e 1787, tinha como propósito servir os criados da Casa Real e os pobres das freguesias da Ajuda e de Belém.
Em 1835, com o Decreto-Lei que torna essencial a criação de cemitérios civis, este cemitério torna-se propriedade pública.

Constituído por muitas sepulturas rasas e poucos jazigos, tem a sua arquitectura funerária mais simples, para além de repetir frequentemente os elementos funerários utilizados (anjos, querubins, flores e cruzes).


Devido à sua simplicidade e uniformidade, confesso que não me deixou muito entusiasmada.














sábado, 26 de julho de 2014

Cemitério de Highgate (Londres)

O Cemitério de Highgate (oficialmente St. James), em Londres, faz parte da lista dos denominados Magnificient Seven (Sete Magníficos), construídos na primeira metade do séc. XIX, com o objectivo de solucionar a sobrelotação dos cemitérios paroquiais londrinos.




Highgate data de 1839 (a ala oeste) e de 1854 (a ala leste), sendo actualmente o cemitério mais popular e o mais visitado dos "Sete".



A ala oeste realiza apenas visitas guiadas, as quais duram uma hora, marcadas com dias de antecedência e sujeitas a confirmação. (Segundo visitantes de vários pontos do mundo é nesta ala que estão os "tesouros" tumulares mais ricos em beleza e ornamento, inclusive as famosas catacumbas egípcias.)



Infelizmente, não me foi possível contemplar nenhum destes maravilhosos monumentos da ala oeste, no decurso da minha visita ao local, em Janeiro deste ano. Assim, fiquei apenas pela visita à ala leste, a qual me decepcionou unicamente pelo cenário de abandono e de desolação, presente em inúmeras sepulturas. 

(Atenção que todas as fotos aqui publicadas são da ala leste do cemitério!)





Tratando-se de um cemitério histórico, num país civilizado como a Inglaterra (e na capital do mesmo), com meios financeiros e tanto orgulho na sua história e legado, acreditei que encontraria este local com outro tipo de manutenção e de cuidado, no que diz respeito a conservação das suas sepulturas. 




No fundo, vejo os cemitérios como uma extensão dos monumentos e das estátuas que formam o espólio de cada país e nação. São assim uma marca, em permanente mutação, da história que compôs, compõe e irá compor os mesmos.



Contudo, creio que, infelizmente, a problemática da morte-além-morte é mais complexa, estando presente no mundo inteiro. Famílias que se extinguem por completo ou outras sem forma de realizarem a conservação adequada permitem que o tempo, esse inimigo voraz e implacável destrua as pedras, as palavras, as formas, os símbolos e, consequentemente, a memória daquelas vidas. E não há quem possa deter este ciclo cruel... 





Highgate é um cemitério histórico, de elevada riqueza simbólica e monumental, moradia de personalidades bem célebres nas mais diversas áreas sociais, humanas, políticas, artísticas e afins, mas está também (e fragilmente) à mercê dos elementos da natureza (a chuva, o sol, o vento, a terra tornada lama e a asfixia das árvores, ramos, folhas e arbustos).



Porém, neste cenário considerado fantasmagórico por muitos, encontrei elementos de verdadeira beleza. Os anjos são sempre uma bênção para o meu olhar, por assim dizer. E os anjos de Highgate são inúmeros e absolutamente "divinais". As suas expressões ora humanas, ora etéreas transportam-nos através de outros tempos, mundos e realidades. 



As fotos seguintes congregam os meus anjos favoritos deste cemitério. Alguns ganharam pequenas mutilações por parte da erosão, mas não perderam o seu carácter divino.

















Para além dos anjos, Highgate está repleto de sepulturas com cruzes celtas e cruzes cristãs, flores e/ou coroas de flores, livros e urnas, assim bem como lápides em formato ogival.
À excepção das cruzes celtas, os outros símbolos são comuns a muitos dos símbolos utilizados nos cemitérios de Portugal.








Na moradia da morte, existe também uma espécie de lição e de conforto, através da simbologia tumular. No fundo, há uma aceitação do fim físico e do carácter passageiro da vida.

Esta foto, na qual se lê "And with the morn those angel faces smile" (Com o luto estas faces de anjo sorriem), demonstra uma esperança plena na salvação. Os anjos simbolizam a ligação entre o plano terrestre e o plano celestial, pois são os guias das almas até ao descanso eterno. Como tal, vemo-los gratos e sorridentes com a sua missão.


Uma das sepulturas que mais me causou expectativa, pela sua singularidade quando pesquisei online sobre este cemitério (antes da viagem) foi o "piano" de Thornton (William Thornton - um pianista clássico dos séc. XIX e XX). 
Com o passar dos anos, a área circundante ganhou mais vegetação e partes da sepultura foram substituídas por outras novas, bem mais polidas e reluzentes.
Actualmente, as diferenças entre a estrutura inicial e a estrutura alterada são realmente notórias no tom do mármore.




Mas esta visita não teve apenas um carácter introspectivo e de contemplação.
Quase no final, conhecemos o gato Domino, que habita nestes muros e é um dos gatos "vadios" mais dóceis que conheci. Ah, e posou para a fotografia, portanto suponho que já esteja familiarizado com estes procedimentos turísticos.



Da próxima vez que regressar a Londres/ zona de Highgate pretendo visitar a outra ala do cemitério. 
Será que faz jus aos rumores que se ouvem e lêem? 
Continuarei curiosa...